As experiências e metas de toda a ação pastoral de uma diocese são pensadas, refletidas e definidas durante a Assembleia de Pastoral. Esse ano o Regional Nordeste IV promove a 28ª edição do evento. Uma ocasião para avaliar o que vem sendo feito, manter o que está dando bons frutos e repensar novas ações para que a caminhada de evangelização siga em busca da permanente construção do Reino de Deus. A Arquidiocese de Teresina sedia o momento que teve início ontem (26) no Centro de Treinamento Padre Tony Batista e reúne os representantes das oito dioceses do Piauí.

Padres, religiosos, seminaristas e lideranças leigas, além de responsáveis pelas pastorais e movimentos de ampla atuação participam do encontro que tem a presença importante dos bispos das dioceses. Dom Francisco de Assis, Bispo da Diocese de Campo Maior valoriza a importante representatividade e os objetivos do momento.

“Propor diretrizes para a ação pastoral, avaliar a caminhada. Enfim, o que pode ser bom para a Igreja, para a Diocese. Com essa abertura, vamos deixar o Espírito de Deus agir em nós. Estamos juntos para rezar e refletir, pensando coletivamente. Essa é uma atitude evangelizadora: pensar nos outros que não estão aqui conosco. Pois aqui estamos avaliando e pensando os próximos passos de nossa ação pastoral”.

E como toda a Igreja do Brasil está empenhada em refletir a questão do leigo. Esse ano a temática abordada na Assembléia é: ‘Cristãos leigos e leigos na Igreja e na sociedade’. Então o objetivo é trabalhar para que as pessoas experimentem o que é ser Igreja, em comunidade. Essa é a abordagem presente na maioria das experiências que estão sendo compartilhadas. Reforça o padre Laudelino Augusto dos Santos Azevedo que é Assessor da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB.

“O rosto da Igreja é a comunidade concreta na qual está inserida. Então, hoje precisamos falar de Deus e o que isso representa para cada um, individualmente falando. É preciso fazer a experiência profunda de Deus. Em que sentido o que fazemos acrescenta para a evangelização das pessoas? Como vamos ajudar nossas comunidades para que tomem a consciência que elas têm uma missão na Igreja”, acrescenta.

A Assembleia é sempre um palco de troca de experiências e das conclusões dos grupos e pastorais saem respostas para a continuidade da missão. Ainda de acordo com o assessor do momento “a proposta é de cada dia mais fazer uma evangelização que corresponda às necessidades do povo. A expressão do papa Francisco ‘Igreja em saída’ é para dar força profética e incentivo de atuação nas realidades do mundo”, explica.

A programação contempla ainda explanação de experiências exitosas. Trabalhos de incentivo a caminhada do leigo na sociedade. Para o nosso Arcebispo, Dom Jacinto Brito foram muitas as ações da Arquidiocese de Teresina com esse objetivo no primeiro semestre do ano.

“Esse ano do laicato nos fascinou bastante até porque é uma das pérolas mais preciosas da Igreja Particular de Teresina os nossos cristãos leigos e leigas. Promovemos por exemplo, um simpósio sobre a participação do leigo na vida pública e o seu engajamento na realidade terrestre. Porque  há uma tendência que o bom leigo é aquele que é ministro que é salmista e tudo isso tem muito valor, mas o seu lugar específico é o seu testemunho na sociedade, na sua profissão. Posso aqui citar ainda a escola de leigos que funciona a cada mês com uma temática baseada no documento 105. Enfim, são muitas as experiências proveitosas de evangelização. Por exemplo a Legião de Maria que está lendo o documento 105 nas  reuniões para assim conseguir absorver a dimensão do laicato”, ressalta e afirma: “sinto mesmo que os leigos estão sendo sacudidos por essa consciência”.

A Assembléia de Pastoral é cenário ainda de ações que utilizam da criatividade para os novos ambientes de Evangelização que estão surgindo. Os grupos destacam os pontos que contemplam as verdadeiras necessidades da Arquidiocese e de cada diocese e quais podem ser assumidos concretamente. A programação segue até o sábado dia (28).

“As palavras do Papa Francisco nos levam de volta ao centro da nossa identidade cristã e nos relembram o motivo pelo qual estamos hoje aqui: somos os filhos amados de Deus, reunidos pela ação do Espírito Santo no amor de seu filho Jesus, para celebrar o dom de sermos igreja acolhedora, missionaria, misericordiosa, a serviço da vida plena. É este amor de Deus, vivido em comunidade, alimentado pela Palavra de Deus, celebrado na Eucaristia, que tem nos animado e impulsionado na nossa missão evangelizadora nesta realidade desafiadora e cheia de possibilidades”, diz finalizando o assessor, padre Laudelino.

Foto – Ronaldo Diniz

Por Vera Alice Brandão